Ensaios prazerosos justificaram as excelentes apresentações do sexteto de atores ADRIANOPereira
CAIROMoraes
HENRIQUECelso
MARDONEGonçalves
PINHOGondinho
THÉRCYOYassuo
Integrantes da CIA Ilustre de Teatro, que no último fim de semana 27 e 28/03 apresentaram tres sessões da peça ENTRE O CÉU E O INFERNO, "O espetáculo possui um caráter social-existencialista e religioso, pois a discusão sobre essa vida aproxima-se do teatro do absurdo e do fantáStico, bem como do existencialismo de Camus. Passa em três planos: vida, morte e delírio, delírio esse que busca não a origem da natureza humana, mas há em torno desses planos os personagens que exploram os estereótipos, representações simbólica de Deus, diabo e homem".(Cairo Morais). A Direção de Pinho Godinho. Com isso, encerram as águas de março do TEATRO FERREIRA GULAR de forma bem irreverente. Teatro lotado, interação entre atores e espectadores, espetáculo leve e gostoso de ver. Maiormente, pela capacidade inteligente do grupo de encenar uma peça teatral que prendeu a atenção do público presente durante as apresentações. Chamando atenção de forma bem particular para a construção do cenário onde brincaram com luzes e cores, utilizando-se de uma tecnologia barata (única) disponível no nosso teatro.
Fazer arte não é fácil, fazer arte em Imperatriz do Maranhão é ter mesmo um "QUE" de loucura, em cada um dos que ali mostraram sua cara, e sua ousadia.
Bonito de ver também foi a resposta do público que lotou nosso FERREIRINHA, prestigiando nossos ilustres. Sem deixar de mencionar a deliciosa interpretação do ator HENRIQUECelso, que deu um show à parte, sobretudo na sua forma de interagir com a pláteia. Fiu, fiu...Aplausos, para todos nós!!!!
diga que você me quer
sinto o pulso de todos os tempos, comigo
até quando eu não sei
Arnaldo Baptista
O documentário “Loki - Arnaldo Baptista” é emocionante ao passo que retrata de forma límpida, a carreira e os diversos motivos inspiradores e balizadores da vida de um ser que se denominou MUTANTE.
A vida e a arte se mesclam simultaneamente, adiciona-se uma angustia, uma saudade que embasa toda uma vida confundindo-se com tempos de amores e loucuras. E, sobretudo, na história de superação de um ser que desliza literalmente entre o céu e o inferno da vida humana. Trazendo à tona ainda a resistência de um amor que se posta no museu de lembranças, mas nunca em processo de esquecimento diante de um colorido necessário. Lindo e leve o trabalho rebuscado de declarações fantásticas de pessoas que experimentaram de forma aproximada a relação com Arnaldo.
O filme foi exibido na última segunda feira 29/03 no FERREIRA GULAR, o Ferrreirinha silenciando a seleta e privilegiada platéia. Um documentário de valor imensurável para a história da musica brasileira. Lindo, e apaixonante.
"Ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela"
Arnaldo Baptista
"Eu acredito em mim como homem Mas às vezes eu queria que você estivesse aqui, baby Nesses meus ups and downs Eu carregaria a sua mala Você me daria a sua mão Navegaríamos numa sleeping bag"
Arnaldo Baptista
Nem só de pão vive o homem e a mulher, também DE LOUCURAS, arrependimentos, recomeços, e de amores possíveis. Sim todos os amores são possíveis, inclusive aqueles que se fazem acorrentados nos nossos calcanhares ou pendurados nos nossos pescoços como adereços.
Os amores que nos deixam pelos caminhos, ainda os que encontramos nas encruzilhadas de nossa existência. Os que colocam um ponto e ponto final, os que retomam apartir de um ponto. Amores que demoram pra entender que nem é amor, os que nos fazem perder o rumo ou desfazer conceitos. Amores construídos em terrenos sólidos ou arenosos, seculares ou com durabilidade somente de uma estação do ano.
Amores que roubam nosso tempo e escafolam nossas almas, aprisionam nossos espíritos, outros que nos deixam infinitamente livres, e mesmo em sã consciência desejamos que seja para sempre, e por vezes são para sempre. Amores maiores. amores que nos incitam a descalendarizar nossa vida, a esquecer ou viver mundos paralelos, caminhando em favor ou contra do vento em paralelepípedos ou atravssando o mundo sobre pontes pinguelas.
E na estante, da sala ele conserva e exibe a mini garrafa de vinho degustada por nós dois no dia de um mês. Preserva no mesmo ambiente uma pequena caixa de cor marrom, reciclada por mim com filtros de café, que conveio de embalagem para os abaninhos indígenas presenteados simbolicamente a ele no natal do verão passado. Destacando-se entre os discretos enfeites da sala de estar.
O que me faz perceber que me faço presente de algum modo naquele ambiente bem particular. Experimento ainda a impressão de bem querência de minha presença entre todos os co-habitantes da família migrante da terra do gesso. Exaltada particularmente pelo caçula da família, que de contínuo me recebe sempre em festa anunciando minha chegada e adianta-me o paradeiro de quem ali vou procurar. E eu volto, e sei do cheiro de café novo.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Caminho sobre sandálias plásticas,
desconfortáveis e da moda atual,
sentindo saudades do tempo futuro.
Seremos padeiros e teremos padarias.
Muitos filhos à nossa volta.
Cada nascer de um filho
será marcado com o plantio de uma árvore simbólica.
A árvore de Paulo, a árvore de Manoel,
a árvore de Ruth, a árvorede Roseta.
Desejo cruzar estradas com o tanque cheio e motor revisado, com um relógio sem ponteiro e calendário com datas incertas, nunca mais te deixar na porta de casa, fugir, fugir, fugir e chegar a algum lugar que tu vás junto, que tu não perguntes sobre a agenda do celular e que me beijes a boca com a intensidade de ontem.
Desejo sem medo, que façamos amor sempre despudorado como no dia de natal, que vejamos novamente o primeiro filme, que tu se deixes fotografar com minha lente indiscreta tuas pernas nuas esticadas no piso branco do meu quarto azul, ou caminhe de pé sobre a minha cama. Ah, eu desejo mais, muito mais que a sorte dos amores tranqüilos. Eu desejo ainda, que fiques por inteiro, inteiramente como és. Mas nunca com duvidas sobre o meu amor!
Como todo o ciclo da vida chegou o outono... Morar no nordeste é quase impossível definir as estações do ano pela temperatura, que permanece sempre quente ou chuvosa... nuNca fria. Assim eu me criei de pés descalços nessa terra de meu Deus. Mas adoro enumerar escritos pelas estações cliimaticas (deve ser pelo tom romântico, poético). Nesse último verão, que antecedeu a nova estação, eu vivi um dia de cada vez, e cada um deles com 60 horas, e cada hora eletrizada na voltagem 220 volts no minuto. Quente muito quente, o clima e meu clima, calor e calores. O tempo desconhece o clima e corre, como as aguas de nosso rio, habituei-me logo ao ciclo veranesco maranhese, dessa vez ouvindo crianças reclamarem de calor. Mas nem só de labaredas foi feito meu verão. Verão de fim de ano, de inicio de ano de carnaval, assim se constitui um verão nas bandas de cá. (meu verão 2009/2010) Muitas coisas consegui fazer, outras espero reparação para o outono, mas fiz coisas prazerosas e bem economicas, sem usar o MASTERCARD.
No quarto azul, vi, BELAS PELÍCULAS: Amarelo-manga, Fale com ela, o Leitor, O Piano entre outros e outras companhias agradabilíssimas. No escurinho do cine BLUE apreciei Almodovár, hum..... Abraços Partidos, ainda nesse verão vi AVATAR, com BEBEL, JOÃO E CAIRO e diga-se de passagem adorei o filme caro e cheio de azul, minha cor preferida. Entrei o ano em festa prive, em tom de chiquesa, fui a CANTINA DON VITOR, não consegui ler o cardápio, mas comi tomates secos e escrevi poema que nunca será publicado, desenhei libelúlas, pra registrar a noite, e ganhei lagrimas como declaraçao de amor, fui ali mas feliz que menino com a boca cheia de doces. Almocei às duas da tarde na quintura do Brasão no primeiro dia do ano e fiz uma foto linda de um rosto -quadro, almocei na banca de dona Gorda no Mercadinho com os estivadores e carroçeiros . Chorei no colo de Zezé pela dor das incertezas certas. Costurei à mão camisetas azuis para minha querida Débora fazer declaraçao de amor, dei sandálias personalizadas de presentes. Ouvi adeus...
Trabalhei e recebi salário, conheci João Ávila um mineirinho que veio cá a trabalho, fui sua assitente e assim, sob muita chuva peguei a estrada para o sul do Maranhão. Adorei voltar pra casa . Fiz cirurgia na gengiva, fui bem cuidada, amei e me senti amada.... Tive um péssimo carnaval, fotografei o por do sol, contemplei meu rio Tocantins encontrei meninos pelo caminho. Comi saladas deliciosas na Romanos com Lice, Alcione e Lucas mas nada que se compare as nossas saladas "loucas" caseiras com um toque francês do molho de Bebel Babaçu, Vi e beijei Lena Garcia, me embriaguei no rancho nota 10, nosso antigo MESTIÇO. Caminhei na Estrada do Arroz, apresentei Petrolina para Cairo, Lucas, Lice e Bebel. Prestigiei a festança de Santo Reis em Ciriaco em companhia de um ilustre, dirigi na BR 010 com ele me olhando e me confundindo. Fiz foto de menino NÚ, no riacho Andirobal. Ganhei a melhor massagem de minha vida, fiz peixe para Júnior Mendes, fui testemunha de um casamento no civil, dormi na Beira rio com os "ALTERNATIVOS" e só acordei com a subida do avião.... Fiz o poema Madrugada, na madrugada quente para BUDINHA, dei um presente pra Ivan que me deu um abraço de presente e fez promessas e eu acreditei. Ouvi pela primeira vez ser chamada de avó e bajulei sem pressa minha netinha Ana Babaçu, atravessei a ponte da AMIZADE na madrugada E FIZ SEXO DELICIOSO, entre faróis e retrovisores.
Disse pra um "JÁ NÃO TE AMO como ontem", declarei a outro "TE AMO HOJE MENOS QUE AMANHÃ" levei flores para IEMANJÁ e amparada num abraço bom atravessei o Tocantins sem medo, andei a pé na noite de Imperabala. Voltei ao rio pra chorar na companhia única do barqueiro, desejei ardentemete cortar os cabelos (aff! passou) .INVENTEI , desculpas para ver alguém (deu certo! risos) Usei chocolates pra pedir desculpas, entrei só off, no MSN. Recebi o recado mais lindo no ORKUT, me vi adolescente, postei conversa do Menseger e achei poético, prometi não fazer perguntas e fiz logo em seguida, senti ciúmes e sofri, me vi adereço adornando um peito lindo, ganhei desenhos indecifráveis, escrevi dezenas de POEMAS-CARTAS-DECLARAÇÃO-DE-AMOR, para inspiração única de todo um VERÃO.
Quinta feira
Amor vespertino
Chuva sol ou poeira
Vinho ou açaí
Bocas loucas
Desesperos
Bel-prazeres
Desvairados nas horas
Telefones silenciosos
Falta de assunto
Nem política, nem economia
Um mundo só nosso
Ritualístico
Sagrado
Deliciosamente profano
Todos os dias tornavam-se quintas
Toques breves ou aligeirados
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar
Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta
Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo
Porque eu sei que é amor
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais[...]". Clarice Lispector