quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Tô indo embora de um grande amor, tão grande que não coube em mim. Agora vou me ocupar de um amor pequenito, presente e silencioso.









domingo, 11 de dezembro de 2011

Árvore de Natal







Já se passaram dez dias do mês de dezembro. Ela, já viveu tantos natais. Já não era mais uma menina, a dar-se conta ao se encontrar com o espelho todas as manhãs. As rugas de expressão contabilizavam seus anos de experiência, na vida. Era uma profissional requisitada, uma mãe razoável, uma boa vizinha, e sabia estacionar um carro na principal avenida da cidade. Era essa imagem que passava para as pessoas.


No entanto, ela sabia que tudo isso não constituía a verdadeira pessoa que era ela. Ao deparar-se com o espelho, as rugas, os cabelos que exigem tintura não a incomodavam. Ela se deparava todas as manhãs com outra criatura refletida no espelho. Aquela que só ela e mais outra pessoa conhecia. Infelizmente outra pessoa era ciente da existência dessa outra personalidade. Era incomum, doloroso, impuro experimentar isso.
Dúbia, resolveu sair, pelas ruas largas com o intuito de esquecer um pouco essa agonia que lhe afligia a alma. Os enfeites natalinos, nas arvores, nas paredes dos prédios, serviam somente para lhe deixarem mais transtornada com sua angustia. O natal se aproxima.


O natal, ele aprendeu que era um momento tão familiar. Mas esse ano, ela não sabia se merecia um natal em família. E desejava apagar a data do calendário e passar direto para o carnaval, com aquele mote de profanidade. Mas, era impossível que isso ocorresse. Caminhava mais rapidamente sem rumo certo, dobrava esquinas, e surpreendia-se com o encontro de alguém conhecido, que mesmo quando se tratava só de um cumprimento, ninguém se esqueceu de desejar o feliz natal. Todos tem que viver mesmo o natal? Ela murmurava.


Já estava enfadada da peregrinação vespertina, sentou-se em uma calçada revestida de ladrilhos, ali mesmo ela fez seu balanço do ano, com uma dose de desespero, ela relembra que esse ano se permitiu experimentar um sentimento diferente de todos. Era devastador, irresistível. Viveria, sim viveria. Antes de habituar-se ela prometeu e juramentou a si mesmo que era só uma vez, de modo que, apagaria da memoria por tratar-se somente de um momento. Aquele instante foi experimentado numa tarde de quinta feira de janeiro.


Com o coração apertado, uma carga de dois jacás abarrotados de culpa, ela volta para casa, e retoma suas atividades corriqueiras, dentro de uma normalidade encenada. Observa como se aproximou rápido esse dezembro. Compreendeu, naquele momento, que quebrara seu juramento todas as quintas feiras, do ano em curso. Sempre prometendo em silencio que seria a ultima vez. E logo imbuída da mais pura loucura, se deixava abraçar por aquele que ela jamais deveria ter experimentado o primeiro beijo. 


Aquele para qual foi o seu par nesse ensaio, era um menino de olhar plácido que todos os dias, ocupa o assento frontal da mesa na sala de jantar e partilha o café da manhã de uma família contemporânea, constituída por pai, mãe, e novos irmãos. Naquele domingo comum, ele trajando  somente um calção azul o peito à mostra,   acomoda-se na mesa farta, arruma o café na xícara, e enquanto passa lentamente a manteiga nos dois lados do pão, observa o pai, que degusta o café sem pressa e profere: Não me esperem  para a ceia de natal.
 Olha calmamente para ela sem esboçar nem uma emoção e diz: O presente de minha madrasta já está embaixo da arvore de natal. Feliz natal, família. 




terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ontem

 
NAO RECORDO SE FOI HOJE
NAO ME LEMBRO SE FOI ONTEM
NAO ESCUTO TUA VOZ, 
RETRUCANDO: EU TE AMO
BEIJEI A TUA FACE, SUSSUREI EU TE AMO
FUI VIRANDO O MEU ROSTO
... SENTI TEUS LABIOS ME TOCANDO
POR UM SEGUNDO ME ILUDI
OS TEUS LABIOS SUSSURANDO: 
EU TE AMO, EU TE AMO
QUANDO OUVI O TEU PRANTO
PARALIZEI POR INSTANTE
MINHA BOCA TREMIA
NUM COMPASSO INCESANTE
SO OUVIA MINHA VOZ
EU TE AMO, EU TE AMO.
ABRACEI-TE E FUI AFASTADO
MEU CORAÇÃO PAROU POR UM INSTANTE
MAS NÃO DESISTIR, POIS
EU TE AMO, EU TE AMO.
TENHO VONTADE DE GRITAR
UM GRITAR ESTONTEANTE
MAS LOGO VEM O SILÊNCIO
E SÓ PENSO EM FALAR-TE
EU TE AMO, EU TE AMO
ESCUTEI O TEU CHORO
UM CHORAR OFEGANTE
A NOITE FICOU ETERNA
NÃO DORMIR UM SÓ INSTANTE
POIS LAGRIMAS CORRIAM POR MEU ROSTO
ENQUANTO MINHA BOCA TREMIA E BALBUCIAVA
EU TE AMO, EU TE AMO
MINHA TRISTEZA AGORA É INCESSANTE
POIS SEI QUE POR MAIS QUE EU DIGA:
EU TE AMO, EU TE AMO
TALVEZ; DIGO TALVEZ, TU NÃO RESPONDERÁS
EU TE AMO, EU TE AMO
 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Tempo e fotografia



Fotografia de Vanusa Babaçu
Captura em Petrolina - Estrada do Arros
E meu coração foi mais feliz
Ela já dava por certo tê-lo esquecido. Ele faz sinal de fumaça em plena época tecnológica, deixou recado publicado, curto, carinhoso e saudoso. Ela leu, atentamente. Sim era dele o recadinho. Adorou. Leu outra vez e mais outra. Já era tarde, e ela foi dormir embalada por varias emoções. Já estava acostumada com a ausência sutil. E agora, o que iria responder. Silenciava?  Confeccionaria uma faixa, ou gritava sua alegria pelas ruas retas de sua cidade. Escondeu o rosto com o “lenço de Nayara” sentiu o cheiro de aromas elétricos. Reviveu alguns momentos salutares para sua existência, dos quais o moço do recado curto se fazia presente. Desligou a TV. Apagou a luz, dormiu. E ele, invadiu seu sono, foi mote de seu sonho a noite inteira. Pela manhã, aurora ainda. Ela acordou. Certa de responder o singelo sinal de fumaça: De câmera em punho, passeou um pouco e encontrou sua resposta. Capturou a beleza de uma flor comum, postou, e comentou seu registro: O tempo passa e as fotografias ficam. Estou aqui, sim. Ele conhecia aquela frase, curtiu. E dezembro chegou ao Maranhão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Onde ir

Ela agora embuida de bom senso, foi tendo o cuidado do distanciamento lento, esquadrinhando os cortes necessarios. Foi deixando a vida carregar no seu tempo tudo o que ela escreveu no diario de paginas decoradas. Apreciou com calma todas as paginas do livro escriito à mão. SIm, o diário já virou livro. No entanto, só ela no seu silêncio noturno, conhecia o teor de conteúdo impublicável. Textos conhecidos, pois escreveu, leu, releu. Algumas paginas borradas com lagrimas de um momento peculiar, mas dolor. Entendeu que era oportuno seguir...Comprou passagens com data de só de ida. Todavia, ainda não olhou o destino.



texto e fotografia
Vanusa Babaçu

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ela leu os jornais atentamente, não havia noticias sobre ele. Ela tomou o café, puro, forte,preto e amargo. Como os últimos dias dessa estação. Estação "dolorosa". Tinha um aviso na parede: PERIGO. Ela só viu depois que abriu a porta.

vanusaBabaçu




Ele ligou. Convidou pra um cineminha na sessão vespertina. Prometeu: Pipoca e guaraná. Só isso, e ela já ficou feliz. Ela se esqueceu de indagar sobre a película. Lavou os cabelos e viu os olhos sorrirem. Ela esqueceu sobre tudo que escrevera nas ultimas 48 horas. Na volta, outra história vai começar. Como no cinema.

vanusaBabaçu
Ela caminhou com ele, por rumo ignorado. Nem muita conversa, nem pressa alguma. Avistaram juntos o pôr do sol e apreciaram tal evento com o silencio presente nos monges budistas. Um sentia a alegria do outro nessa partilha. Foram felizes, sem contar por quanto tempo de horas. Foram só felizes. Nesse encontro só os olhos falaram, e só o coração entendeu tal linguagem. Ela despertou. E sorriu.

vanusaBabaçu
Ela já sabe que a noite vai ser curta. Caminha pela sala e escuta uma canção que desenha sua noite."quando madrugar eu vou estar acordado esperto, certo, de olhos abertos, ao seu lado eu vou guardar seu sono a noite inteira eu vou olhar você não vou parar de olhar, a noite inteira serei sua sentinela vou atravessar a madrugada...
eu vou deixar a luz apagada" Arnaldo Antunes. Não há medo nela. Ele está lá com ela, de coração, alma e espírito e quando já for manhã, ele canta pra ela:"Ela dormiu no calor dos meus braços e eu fiquei sem saber se era um sonho" (Capital Inical) Tudo será real. E ainda é novembro para os dois.

Já é manhã, de um dia de feira o domingo ainda vai demorar chegar. Ela acorda, ele ainda dorme.Ela fecha os olhos, se acomoda, acomodando apertado ele nos braços. Sente profundamente o cheiro que exala da nuca, o cheiro dos cabelos lavados com xampu de propaganda de novela. Ela aprecia o cheiro e o momento. Sem nem uma palavra, sem nem um ruído além de suas respirações ela escuta, dentro de si outra canção: 

Vou fingir
Que nunca te vi
Vou viver
Sem ter onde ir
Até cansar
De respirar você
Até cansar
De respirar você


domingo, 27 de novembro de 2011

Só nós dois sabemos.
Só nós dois podemos.
Estamos salvos.





Chuí

Feliz ano velho

Carrego a sobre meu corpo
A “velha carcaça” de peso conhecido.
Escolhi, viver o certo.
Não por opção única.
Obviamente por ser certo.
Sendo escolhido o “certo”
Tu, jamais caberá no meu natal.
Sigamos: Agora em fila indiana.
Teremos tempo, para descobrir
Lacunas, ou elementos elos
Entre felicidades e certeza.
Mas, brindemos.
O caos ainda não chegou.
Se eu ainda te amo?
Que pergunta é essa?
Fique com a resposta satisfatória.
Antes, escreve a sentença.
Feliz Ano Velho.

vanusababaçu, 2011

Amar alguém só pode fazer bem



Não há como fazer mal a ninguém

Mesmo quando existe um outro alguém



Mesmo quando isso não convém


Amar alguém e outro alguém também

É coisa que acontece sem razão


Embora soma, causa e divisão

Amar alguém só pode fazer bem


Amar alguém só pode fazer bem



Amar alguém


Amar alguém não tem explicação



Não há como conter o furacão


Amores vão embora

Amores vêm


Não se decide amar e nem a quem


Amar alguém só pode fazer bem











Marisa Monte






Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração


Vanessa da Mata

domingo, 20 de novembro de 2011

Eu te vejo

 Um amor que eu confie cada palavra dita. Que os teus olhos cheios de verdade acompanhem tua fala. E que seja o teu coração o indicador da hora de voltar. É assim que eu te vejo, que eu te sinto e, sobretudo eu te espero. E se assim não o for, encontre outro caminho, e seja no mínimo feliz.  

sábado, 19 de novembro de 2011

Eu gosto de flertar, de me afeiçoar, namorar, amar e guardar paixões. De alimentar esses sentimentos vencendo os dias, os meses, os anos, várias décadas até, dormitando no meu gritar, explodir, jorando sangue do amor. Do amor que se foi e ficou. Da paixão escondida, que alimento e não digo, a mesma que todos têm, mas se calam. [...] Eu gosto de viajar,de estrada. De apreciar a natureza, as flores silvestres, as casas humildes, as pvoações. De conhecer pessoas diferentes, costumes, hábitos, maneira de viver. Eu gosto das Lembranças. De renamorar, de rever o passado,de buscar o tempo de antes.Eu gosto dos mistérios. Dos mistérios das pessoas. Do nascimento, antes durante e depois do tempo. Do temperamento, da maneira de ser. Da infancia, da juventude e da velhice. Da indecisão, da fragilidade, da inconstância. Do ser e do não ser. Do começo e do fim. Da vida e da morte. EU NÃO GOSTO é da miséria. Dos homens sem casa, sem roupas, sem trabalho, sem escolas, sem esperanças. Com fragmentos aleatórios do 13º conto do maranhense Carlos Gaspar, apresento-me em mais uma versão: Vanusa Babassu, feita de vidas e colorida em PRETO & BRANCO.

Casa

Não há mais em mim,
Espaços ocupáveis
Nenhuma alcova,
Nem o velho corredor. 
Tu és em mim imenso latifúndio.
Sou a velha palmeira hospedeira
Das viçosas ramas que te fazem
Nem correr eu posso.
Nem fugir é meu querer.
De ti...
Eu também me alento.
Eu te vejo poema, ao alvorecer.




Desafinado



Meu violão aki do lado esperando para ser tocado, querendo que eu faça uma canção pensando somente no seu coração






Renato Rocha 

freios




O que nos inquieta e nos formata
O que nos faz escolher alguns caminhos
não se pauta nos nossos desejos.

São os freios, sociais.

Ausência de virgulas



Pegue uma caneta e um papel
e se aventure com se tivesse subido em um rapel.
mostre tudo a você, escreva sem medo de perder
não coloque vírgulas e pontos, escreva de forma linda
de modo ao seu encanto.

Renato Rocha

Sem rima


Eu não sei o que há em mim
começo a escrever sem pensar
colocando tudo num lindo lugar
fazendo as palavras caberem em mim
Não rimo nada,
 
prefiro essa velha noite calada
não planejo minhas palavras
elas simplesmente saem 
não da minha boca
mas do meu pensamento
transcorrendo
feito um lindo momento.

Renato Rocha

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Carinho Noturno

Vanusa Babaçu

Onde você está?
meu coração se apressa em ver você chegar.
esperando mais um noite
querendo um ultimo carinho
para pelo menos ir dormi com esse gostinho
para outro dia podermos nos ver
e de saudades não mas morrer.

Renato Rocha

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Não há em mim vontade nem necessidade de explicar o que quero viver. Eu vou viver e pronto. quanto a estar certo ou não. Do que importa? Qual diferença isso faz. Já expirimentei eventos que era certo de sucesso pleno e logo eu experimentei dores incomuns por viver o certo. Não quero, nenhuma certeza. Deixa fluir, deixa eu pecar, eu quebrar a cara. Ou quem sabe eu resolver ser somente mais feliz do que eu estou agora. Porta ou janela? A escolha é minha. Eu escolhi janela. Eu não quero conselhos, palpites, previsões. Também não quero experimentar inquisições. O que eu desejo, e não abro mão é somente pegar na tua mão e alcançar distancias curtas ou longas. Quem vai trazer esse freio até nós? Então, ressalto: Viva e deixa viver.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011




Nunca me adornei de tanta aspiração para  experimentar uma momento tão ímpar. Pago o preço. Batam o martelo. 




Nem meus olhos, nem meu coração. Muito menos ainda, meu abraço. Eu te nego. Nem te deixo sentir falta. 

Incoveniencias



Nunca seremos convenientes. Eu vou te dizer hoje: Amo-te. E se amanhã assim ainda for, eu ainda te direi com todas as letras: Amo-te, mais. E que o mundo caia à nossa direita. Desde que o nosso seguir seja em par. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

TER OU NÃO TER NAMORADO



Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.
 
Artur da Távola

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Elementos que me desenham XIII

Talvez, é preciso que tu desenhe.
 E diga-me: Segue, eu vou ficando por aqui.
 Tá tudo tão claro, e eu nesse deserto de mim,


 teimando em caminhar no escuro.
 Será que preciso de cão guia? 
Cadê minhas lentes lupas?

sábado, 5 de novembro de 2011

Quando for inevitável, esgote todas as possibilidades,




 e se for necessário arrependa-se.


 Mas, arrependa-de de ter feito. 


Tô te esperando desnudada de culpas.











Há em mim, um vento tempestade.