segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dentro de mim



Acordei em prantos (silenciosos), só eu poderia dar conta do meu lamento. Todos ainda dormem. Era tão-somente um domingo comum de outubro. Comum? Como comum? Se agora acordo pra te procurar?

Deve tratar-se de um sonho.  Melhor lavar o rosto, figurado no espelho da verdade que exibe sem pudor os desenhos promulgado pelas visíveis rugas de expressão, adquiridas pelos bons dias vividos. Sim é o melhor. Mas, não o suficiente para resolver essa incógnita. O que me leva a querer saber onde estão seus passos nesse momento matinal ainda?

Desconfio tratar-se dos cinco minutos de loucura destinado a cada ser vivente nesse mundo cão. Logo mais antes das onze quem sabe, nem me lembrarei de tantas informações contido na face emblemática que rabisca tua (bela) identidade,  em fase de maturescência.


Meio dia. Sim ponteiro no doze. Examinei com mais calma sobre definição de ausência, era preciso saber: “As ausências existem para que possamos avaliar o quanto podemos desejar as presenças” (Marcial Salaverry) e disso agora eu conheço com veemência.

Rosto lavado, padaria, caminhada, música nova, tv, telefone, feira, visitas, leituras. Tantos elementos para coisa nenhuma ou para facilmente afirmar que sou feita agora, de inúmeras partículas de não-presença de tua  carne, osso e sorriso.  Nada me supre de tu “Nem o pão, nem a cachaça” Zeca Baleiro.

Jamais experimentei tanta saudade de uma ausência. E se me pedires explicações o que eu farei. Nada a dizer. Meu temor é que me vejas imediatamente como insana. E se diante desse cenário te recusares a me conduzir para os almoços de domingos, na tua casa grande sentada à direita de teu pai e de tua mãe, toda poderosa.  


Outra vez, ponteiro no doze. Meia noite. E tudo já deveria estar resolvido e, penso que encontrei novas respostas para entender o que se passa no meu intimo, mas que se faz exterior a mim, eu desejando ou não.

Devo ultimar meu simples entender sobre ausência a partir de notar concordância entre o meu sentir e esses escritos de (Drummond)  “Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim”

Senti tua falta. E te busquei em vão (Dibel) por lugares inéditos.  Desnecessariamente, pois, tu estavas cá, presente, onipresente,  Invasor de minha alma,  espirito e mente. Dentro e feito de “mim”. É de tua ausência que me improviso, me alimento  e me recomponho agora, para nunca mais me perceber sem ti. 


Por Babaçu - domingos de outubro

3 comentários:

Lucas Victor disse...

demorei pra comentar mas cá estou,
antes em teu blog eu era falta, agora que existo aqui fui ausência, agora marco presença e deixo meus beijos continuos
beijos continuos

Vanusa Babaçu disse...

Tua presença-certa-frequente...
deixa-me cá.
Feliz e sem palavras!

Unknown disse...

nunca mais me perceber sem ti.

QUEM VIVE SEM TU, bABAÇU?