terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tempo de Validade


Era um amor de encantamento daqueles de viver platonicamente, o mais unilateral possível. Eles descobriram que os dois padeciam da mesma agonia. E sofreram mais ainda quando se entregaram,  amaram-se e  perceberam-se tão diferentes, e tão necessários e ali, ousaram ariscar demasiadamente experimentar o doce sabor do que só tinha um na boca do outro, era assim quase uma magia, um devaneio dual. Eles apreciaram a dose de loucura que temperava seus tempos contíguos. Era tudo tão adequado. E logo tão fantasioso. Mesmo assim, tentaram esticar o tempo das horas, e acrescentá-las a conta de um dia. Foi impossível. Era como tentar retardar os raios finais da luz radiante do crepúsculo que avermelhou todos os sessenta dias degustados que se fez contabilizar num único mês moderado entre rios de lagrimas e saladas salivados entre beijos silenciosos, que adornariam a única certeza: Um amor vivido, todavia com data de validade. Tudo quase real. Mas, logo se fez a hora de despertar.

2 comentários:

Jailson Sousa. disse...

Parabéns pela sensibilidade. De fato à flor da pele. Parabéns pela magia q te envolve e pela poesia que nos encanta. Linda Babaçú!!!

Vanusa Babaçu disse...

Sou feita de Bela e Bento, na matéria móvel que me compõe. No TRIPÉ que me sustenta ALMA-CORAÇÃO-ESPIRITO. Sou feita de amor e ele se exprime inclusive na minha dor. Mas, eu sigo.


Obrigada por partilha o texto,,

beijos de babaçu