terça-feira, 3 de agosto de 2010

dias de agosto


Acordei no primeiro dia de agosto em terras onde sou ádvena. O confortável, mas ignorado quarto, a mim oferecido para que eu melhor me acomodasse longe de casa diferenciava-se do que é comum à minha memória matinal. As paredes coloridas por cores distante do azul coloquial de meu quarto vago, enfeitado por teu retrato impresso em papel A4 me conscientizaram de que estou “longe de casa a mais de uma semana” e quilômetros me separam daqueles que amo. Meu despertar se faz dúbio, teu cheiro não está entre os confortáveis e limpos lençóis que me cobriram e aqueceram-me na noite de madrugada fria. Agora sim, percebo que se findou mesmo o velho julho, pois o calendário católico marca o primeiro dia de agosto, mês que se apresenta com quase 62 dias para viver. É tempo demasiadamente longo, pra eu ter ciência de que estás distante.  Queria mesmo ter permanecido adormecida por mais tempo, o que me economizaria de lembrar-me que o hoje, o agora, me traz a tua ausência como certa, e como nós mais que ninguém sabemos que se faz necessária esse tempo-ausência.  Regresso onde deixei meus passos. Porém, todos os pesos me acompanham. E agosto conta só três dias corridos. Saudades de tempos futuros.


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