quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Olhares de Agosto


Percebi-me avistada
por teu olhar enigmático,
tacturno e selvagem.
embalado de diferencial atrativo.
Numa covardia inicial,
imprescindível talvez para minha segurança.
Cautelosamente desviei,
em vão.
Contigo, caminhei lado a lado.
Te segui,  obediente...
em teu silencio e silenciada.
Em submisão consciente... 
Caminhos indicado por ti,
caminhos de teu domínio.
De tua pessoa, só sabia teu nome de rei.
Do destino que me oferecias, nenhuma ciência.
Sem pretensão de rezingar.
Em pouco tempo, fui conivente.
Te ofereci concordância vulgar
garimpando teu olhar,
que sem embaraço ou timidez
Desnudava-me.
Fotografava-me.
Querendo-me.
Procurando-me.
Encontrando-me.
Revelando-me.
Desnorteando-me.
Publicando nossas aspirações.
Submergidos de temor mútuo,
partilhamos nosso dolo.
Silenciamos nosso ato de dizer: Também te quero.
Somos agora, resultado da distância mandatória
Que seguramente separa teu olhar, do meu ver.
Já ouvi dizer que segues, bem.
Só não sei mais pra onde devo olhar,
Palavras dizem-me tão pouco e
Todas as cores tem novos nomes.


Parte superior de Cocar usado por guerreiro Krikati em dia de festa 


2 comentários:

Anônimo disse...

Babaçu,

Só agora se percebes perseguida por olhares? Como tu passa despercebida em canto algum desse mundo?


Esse post, é delicia. Esse post é real? E esse com quem tu trocou olhares foi mais feliz que eu. Que te procuro em cada canto que eu delimito meu olhar. E infelizmente não encontro tua conivência.

beijos e olhares de agosto pra vc.

Já está em terras tocantinas?

João Henrique

Vanusa Babaçu disse...

De certo olhas em rumo diferente do meu.. risos.

sim, sim ... Já estou em terras de brancos.

beijos de agosto!