segunda-feira, 28 de junho de 2010

Curtume (Rio Tcantins) Vanusa Babaçu



Rio
cavalo e espora
rio, cavalo e espera
rio que corre sem medo
do tempo senhor.
E eu?
Eu teu criado mudo
Eu teu criado cego
Eu teu criado surdo
Eu teu criado sigo 
A sina
Ser correnteza
No cavalo que espera a espora
rio, me leva logo
prometo ser bem feliz!

Pelo amor de Augusta - Vanusa Babaçu


Pelos os olhos teus
nunca mais pude ver nada.
Pelos teus passos
encerrei minha andanças.
Mesmo que minha volta seja certa
certeza maior é de tua ausência.
No meu tempo,
que a espera encerrou.
E os pés calejados
caminham 
por veredas de saudade
A porta fechou-se pela tuas costas.
Do outro lado era ...Eu!
Joguei minha âncora.

ParaMaria Augusta,  minha irmã  de sangue e de luta e de horas de paz!




Assisti o espetáculo natural de ver a água se esvair entre meus dedos, no tempo rápido das frações de segundo, sem nada mais poder fazer... a água era tu!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tempestade - Vanusa Babaçu




















Fragmentos iniciais do poema TEMPESTADE. 
Musicalizado por Lucas Gomes, Novembro quente 2009



Contemplação do sol finda-se o dia
o rio corre corre ao longe em mim
tu tempestade...


terça-feira, 22 de junho de 2010

Espelho d'água - Vanusa Babaçu



Com embriagues das noites boêmias, necessárias para a sobrevivência da dor de saber de tua saída, lenta sorrateira e certa. Com a loucura dos sensatos, com a lucidez dos desorientados. Escrevo versos, ou palavras soltas, nada que possa compor uma bela canção ou poesias para  ser declamada em noites de lua. Pois o que escrevo são rascunhos de teus ditos, não ditos ou malditos. Ah, quero já acordar, já se faz à hora de despertar, ligar o cronômetro que marca o tempo, mas não indica a porta da saída. Continuo a olhar o rio e ver-te refletido no grande espelho d’água que se faz em meus olhos.


Luz do sol e grafites - Vanusa Babaçu


Não me basta folhas em branco, me restam ainda os muros que desajuizada sem tempo para esperar a chegada da noite grafito à luz do sol teu nome em letras “MAIúSCULAS” Preferencialmente com a cor vermelha que exibo em meus cabelos carrapicho.

Tomar em Abraços


Se me fiz tela  foi para dar forma a tua pintura.
As palavras, não as desperdice, porque morrem antes de ser poesia.
Se calei foi para dar forma a tua existência. 
As palavras, não as pronuncie, porque morrem antes de ser poesia.
Não leve tudo a sério, são rascunhos perdidos.
Gosto do erro e faço valer essa afirmativa.
Aninha Terra

sábado, 19 de junho de 2010

Pedras - Vanusa Babaçu

Cadê a tua noite minha?
Eu te peço pouco,
E é muito pra ti.
E nada me ofereces
Ou ofereces pouco
Do pouco que me ofereces
Eu demando mais,
Do muito de ti
Desnuda-se a minha frente
Destaco a tua força inteligente de atuar
De atuar bem, de parecer bem
Tão bem que arranha a garganta
Pra garantir tua paz
Paz noturna,
necessária aos sonhos dos anjos
Paz que sufoco,
E digo que amo
E se é pouco o que me apresentas
O que eu ainda faço aqui?
Nessa permanência cega.
Com algemas no nada.
Cadê a tua noite minha,
Garantida nas primeiras mentiras matinais?
tamanha é minha pretensão
Será maior que os teus cincos anos
Manifestado claramente no esconde
esconde de tuas mãos gélidas
e frívolas, pelas tuas costas
Eu te peço é muito
Mas as respostas chegam antes das
desnecessárias indagações.
Acorda sempre cada vez mais
Menino.
E de que te serve amores
Que precisam ser gritados
Até que as pedras se façam ouvir?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Olhares e Andanças - alargando-se

Nosa dias 12 e 13 de junho as fotografias da EXPOSIÇÃO ANDANÇAS E OLHARES, foram expostas na CONFERENCIA ESTADUAL PARA ELEIÇÃO DOS CONSELHEIROS DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIDRICOS TRIÊNIO 2010-2013 em São Luís -Ma.

ANDANÇAS E OLHARES

ANDANÇAS E OLHARES

Nos dias 25 de maio e 4, 5 e 6 de junho tive o prazer de organizar e expor os trabalhos fotográficos da fotógrafa, poetiza, pedagoga, educadora popular e artesã Vanusa Babaçu; as exposições foram realizadas na UEMA e no centro de artesanato de Imperatriz (Cairo Morais)


-Vivemos em tempos da pós-modernidade. Tempos de pouco tempo, onde a pressa dita as normas de uma vida sem paciência. Perdemos a nossa capacidade de olharmos o que está diante de nós. Olhares apressados esbarram nas imagens, impossibilitando-nos de ver a essência. Percorremos inúmeras vezes os mesmos caminhos sem perceber o encanto e a vivacidade contida nos espetáculos cotidianos que o universo nos apresenta, incapacitando-nos de olhar a vida, a arte, as pessoas e os fatos com a calma que lhes são merecidas. Tudo o que nos acontece, especialmente a arte carece de um olhar mais vagaroso e contemplativo. Ver é passar o olhar. Olhar é a amplitude de ver, contemplar, descobrir, revelar. A mostra: “Andanças e Olhares” nos contemplam com essa diferença.

Cairo Morais - Curador da Exposição.
fotos da exposição na UEMA e no cetro de artesanato de Imperatriz
-Vanusa Babaçu é palmeira. Daquelas palmeiras que não fogem à vocação de ser na totalidade, pura entrega. Tira da massa bruta pura poesia e vai quebrando com o macete dos versos a dureza da vida. Captura com a lente da alma imagens de um povo, que é na verdade, sua própria essência. Rasgueia as manhãs com a mesma esperança dos manés, das margaridas, Querubinas e dos josimos... Babaçu é assim, palmeira disfarçada de mulher!

Lilia Diniz - Poetiza .

-Retalhos de sonhos apresentados pelas mãos de Vanusa ganham graça e leveza na imagem que contempla o riso simples, o gesto humilde, mãos e rostos gastos pelo tempo vil e o sol nordestino. É nessa simplicidade que a poesia nossa de cada dia entra em cena, através das imagens, para se fundir à beleza da cultura brasileira.
No destaque à riqueza rural, a embira que amarra o côfo reflete, com seu melhor propósito, a magia que nos amarra à vida e os sonhos semeados de glória de quem faz parte da história do nosso povo amado.
Tais temas são tratados com carinho e nobreza pela poetisa e fotógrafa que tem nome de coco e é tão bonita quanto: Vanusa Babaçu.
Nara Sanaelia - Poetisa e Pedagoga.

-A exposição da fotógrafa e pedagoga Vanusa Babaçu, reflete a simplicidade cotidiana com um olhar apurado que captura o belo nas cenas mais simples e improváveis.
Com uma visão de menina deslumbrada e de mulher criativa, Vanusa babaçu consegue passar emoção em imagens que nos tocam e chamam atenção para o que geralmente passa despercebido aos nossos olhos: raios de sol, brincadeiras de meninos, trabalho árduo, rostos cansados, cores e não cores, essa beleza pitoresca que nos rodeia que está no comum, no simples, no dia-a-dia da nossa gente.
Vanusa é a “leveza” e o “peso” que abrem nossos olhos para a beleza que as mazelas nos impedem de enxergar. Definitivamente, os cliques de Babaçu afirmam o ditado de que ser simples é ser incrível.

Viviany Assunção Lima - Uema.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Oásis

O rio se faz em mim correnteza
Lava e leva a livre alma
continuo
a fazer dentro de mim rebeliões de ti.

Eu, torno a escrever
nas fachadas fechadas das madrugadas
com grafites silêncio
sigo, volto, fico
fotografo para registros posteriores
a luz confusa do tempo

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ilha


Por certo havia estrelas naquela noite, 
Não sei. 
Não tive medo nem do futuro
Nem fugi do que já era passado
Selei um pacto
Recebi sem constrangimento tua pataca
E prometi uma flor branquinha
  Verdadeiramente era rosa...
Com beleza e espinhos
E agora?
Viajarei pelas curvas do Buriticupu
Ausentar-me-ei por 10 dias corridos
E se eu voltar?
Trarei na algibeira novas fotografias
Os botões da pequena roseira 
Já sorriram para ti 
Perfumando teus cabelos - carrapicho
 E logo logo teremos noite de lua cheia.
E creio absolutamente...
Que faltarão somente alguns dias 
para o término do pacto de paixão.
Darei a ti motivos e condições
Para renovação.
E esse cheiro de sabonete barato
a lavar-te
e tomar conta de tua pele
já não há em ti, vaidades comigo?
Nem um veneno pode ser em dose única!


Vanusa Babaçu