sexta-feira, 25 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aninha Babaçu



O que amo nela é o pé:
este pé silfo,

este pé anjo,
que me fascina,
que me arrebata,
que me
enlouquece!...





É o andar do
passarinho que, roçando a relva,
sente o impulso das asas;

é o andar do astro nascente,
caminhando para a ascensão;

é o andar do anjo que,
mesmo tocando a terra, parece

prestes a fugir ao céu;
e é, finalmente, a elação d'alma que

aspira de Deus os eflúvios do amor,
do amor, único

ambiente do coração!



José de Alencar (A Pata da Gazela)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Entender



Creditos: Maria José Barros (Zezezinho) Jul 2009





Madrugo contigo
Amanheço só.


Acordo saudade
Incito a espera.


Sem delongas... 



vou
volto.

levando comigo
tuas noites de lua.






Texto:Vanusa Babaçu
 


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Espera


Instaura-se um tempo
um quarto de hora
Corrido

possibilidades
demasias
fantasias
tempo para ser,
um ser
constituir

afoita-se
abate-nos
vencendor impedoso
contra-ataca
tempo contínuo.

Um tempo,
de pouco tempo
de desvarios
de espera e
desassossego.


Vanusa Babaçu

domingo, 13 de setembro de 2009

Pés andanças e rastros



Pés estradeiros
viajadeiros
de velhas ou novas estradas.


Ora empoeirando-se, por outras vezes
enlameado-se
adubando-se em algum curral
sem pudor algum
na certeza de com brevidade tornará-se
pó.



pés historiadores
de um tempo nem distante
nem desconhecido,
pés nus como assim nascidos.



Que já foram vistos em muitas andanças,
que rastros fizeram em caminhos mil.

Pés de memória larga
nem um atalho ficou esquecido,
nem mesmo aqueles pelos quais
não deveriam ter rumos tomados.


Pés entregues
a um tempo de vaidade,
que pararam uma estação
sem saber pra onde seguir.

Pés que numa inquietude
em algum lugar desabotoou sapatos,
e que em liberdade,
retomaram novos, ou velhos caminhos.
escrevendo com rastros inexauríveis
páginas de um tempo
que não há regresso.


Vanusa Babaçu,
Setembro de 2009
tempo de pés descansando

Pés e asas


"Pés para que os quero
Se tenho asas para voar.
1953."

Frida Kahlo

Pés de Claitom
Noite festiva Campus UFMA
Imperatriz -MA.

Creditos foto: Vanusa Babaçu

sábado, 12 de setembro de 2009

Pés calçados ... cansados


Meus pés descalços
Já correram vidas,
Foram freios, às vezes.
Outras vezes asas!

Perderam-se por alguns caminhos!

Das encruzilhadas, nunca se esconderam.
Trilhas, caminhos, veredas seguiram.
Fizeram voltas,
Novos recuos
Muitas evidências
inúmeros rastros.
Caminhos

caminhadas e incertezas.

Meus pés
Nem sempre descalços

enquadrados
Cansaram-se.


Vanusa Babaçu Setembro de 2009, fim de tarde.