segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Zara de volta



foto fonte:http://www.wilsonzara.com/bio.html

Zara,

De volta a terra do Frei, o maranhense de Barra do Corda, chega outra vez a Imperatriz agora de passagem, para uma só apresentação. Ver a casa lotada é uma emana uma sensação de grande prazer, e ao mesmo tempo de tristeza em saber que algumas  pessoas que tentaram carimbar nossa cidade com outras referencias como a boa musica. e viram cair por terra seus projetos  culturais  que sucumbiram  plea falta de valorização  como é exempificado no caso do cantor e compositor Wilsom Zara, enquanto  fincara seus pés por essas bandas. Transferenido seus projetos para a capital do Estado.

O show:

 Dividido em três momentos: A primeira parte do Show trouxe um Zara leve, magrelo de olhos à vista, camisa de algodão e um jeans surrado valorizando a boa forma das pernas no colado da calça.

O show foi intercalado com a presença de Carlinhos Veloz, o cantor de Estrela e Viagem de Novembro, nos presenteando co uma bela apresentação. Parecia mesmo em casa, de preto e seu enfeite de cabeça bordado com a arte das bordadeiras do boi de São Luis, seu violão canhoto e sua voz conhecida e apreciado por muitos.
No entanto, o público saudoso esperava ansioso pela segunda parte do show de Zara. Para a segunda aprsentação de Zara, um figurino conhecido pela maioria dos presentes: O inconfundível óculos, um lenço amarrado na bota. Zara a la Rauzito. Gostoso de ver.


Zara perdeu no desafio de esvaziar o salão, muitos permaneceram entoando o velho mais um, chegando inclusive a cansar o cantor. Somos sabedores que nem todo dia é dia de Zara. Penso que para ele também foi recíproco o desejo de permanecer mais tempo no palco.

Adorei estar ali, um bom local para um excelente show, a boa musica encheu os nosso ouvidos numa sexta feira enfeitada por uma linda lua crescente.

Foto fonte: http://samukaitz.blogspot.com/


Foto fonte: http://samukaitz.blogspot.com/




Salão do Livro - Salimp






Fui lá sim, e a tiracolo levei minha filha Isabel  Babaçu e minha neta Aninha Babaçu. Formamos um belo trio de três geraçoes a passear pelos corredores do salão e apreciar o acervo diversificado. Para todos os gostos, isso é verdade. Não tinha como sair de lá sem encontrar algum titulo que lhe servisse. Compramos quatro exemplares e um brinquedo pedagógico para nossa Ana que conta somente um aninho de sua boa vida.

domingo, 18 de outubro de 2009

para além dos grilhoes da caverna urbana

A ras-teira
dos ras- tros
que ras-pam
já ras-garam
a res-pública
que traz o res-peito
dos res-quicios de tapumes
res-gatados
dos res-tos
res-tituídos com azedumes
ris-cam agora
o ris-co
de serem rís-pidos
e se se aris-cam
pelos ros-tos
ros-queados
enrus-tidos
pela própria imperfeição
para além das amarras da caverna social


Texto: Mardone Oliveira*
*Mardone é ator da Cia Ilustre de Teatro de Imperatriz
Atuou na peça entre o Céu e o Inferno exibida recentemente no Ferreirinha.

domingo, 11 de outubro de 2009


Meus pés descalços vão pisando as ruas do mundo
Meus pés descalços vão pisando as ruas do mundo

Percorrendo as avenidas
Vejo imagens distorcidas
Vou andando pelas ruas
Ouvindo meu silêncio

[...]

Meus pés descalços vão pisando as ruas do mundo
Meus pés descalços vão pisando as ruas do mundo


http://www.lyricstime.com/ca-ulas-meus-p-s-descal-os-v-o-pisando-as-ruas-do-mundo-lyrics.html

OS MEUS PÉS DESCALÇOS







Os meus pés andantes
Procuram a palanca real, palanca negra
E desencantam as quedas de Kalandula
Quedas da minha terra
Oh é bela Angola
É bela Angola e são felizes os meus pés caminhantes

Os meus pés empoeirados
Acariciam subsolo rico, ouro negro a jorrar no alto mar
Ouro negro a jorrar no offshore
E no onshore
Ouro negro a brotar
Das entranhas do mar, para os meus pés esfomeados!

Os meus pés garimpeiros
Apalpam tesouros e mais tesouros
Minas de diamante, ferro, cobre, prata, ouro…
Debaixo dos meus ásperos
Minas de diamante debaixo dos meus pés maltratados
Debaixo dos meus pés esfomeados

Os meus pés camponeses
Galgam a terra, terra boa de agricultura
Terra boa de verdura
E farta de feijão, mandioca, milho, batata…
Terra boa, terra farta
Debaixo dos meus pés famintos e felizes

Os meus pés pescadores
Banham-se em mares ricos
Mares de garoupas, corvinas, carapau, mariscos…
E mergulham em rios fartos, Kwanza, Kubango
Keve, Bengo…
Águas fartas a banharem os meus pés sofredores

Decio Bettencourt Mateus,

in Os Meus Pes Descalcos


Antes de Amar-te... (Pablo Neruda)

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

Os Teus Pés (Pablo Neruda)



Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.



O Vento na Ilha (Pablo Neruda)

Vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.
Esconde-me em teus braços
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.
Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe.
Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite só
descansarei, meu amor.

Querer (Pabblo Neruda


 Foto: Paulo Dutra



Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pindobinha




"Quando
te vi amei-te
já muito antes,
tornei a
encontrar-te
quando te achei."


Fernando Pessoa

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Outubro Rosa




Bebi águas de março...
Experimentei abril com gosto de arroz novo!
Maio pra mim, é azul.
Meu doce novembro
tem o cheiro inconfundível do caju.
Os pequis, temperam meu dezembro.
Todos os tempos têm cheiros
E rosa?
Rosa é outubro!
Outubro rosa?
Rosamóvel para despertar?
Movimento para acordar?
Movimento ROSA!
Despertar pela cor...
 Rosa!
Enfeites pra dor?
Rosa!
Uma cor para a dor?


Uma cor para o câncer?


http://www.mulherconsciente.com.br/Nossa-Lut



Que o câncer de mama é uma doença séria e grave, que atinge milhões de mulheres e, apesar de ter cura, ceifa muitas vidas (por falta de informação, de exames, de médicos, de dinheiro), nós sabemos. Apesar disso, apesar da dureza do câncer, a reflexão sobre o tema pode ser leve de vez em quando. A conscientização e o alerta não precisam ser sombrios, frios e cinzentos. Podem ser, em vez disso, quentes e… cor-de-rosa.http://diadefolga.com/outubro-rosa-a-mensagem-pode-ser-leve

 Fotos e pés: Bel Babaçu

Vivenciar através de campanha, nem de longe é possível dizer sobre a angustia que somente uma suspeita de um câncer pode trazer a alguém. Sim. Eu que o diga. De maio a outubro de 2009, minhas noites e dias foram de incertezas. Tudo me faltava. Dinheiro, evidentemente médicos e informações. O dinheiro foi arranjado a médica localizada e o tratamento encaminhado. Tratamento de excelente qualidade, sempre com um atendimento que valeu cada tostão ali aplicado.
http://www.flickr.com/photos/lucianamonte/2942061477/
HOJE, um dia somente após tudo ficar rosa pelo Brasil a fora eu recebi o resultado da ultima biopsia : Não identificado elementos de natureza hiperplásica ou neoplasica maligna. (Laboratório Cortez Moreira) 
Deixei a sala da médica, bastante aliviada, por acaso chovia para me dar mais vontade de chorar. Chorar de alivio inicialmente. Tava ali fora meu amado amigo Ronedy a me esperar pra saber do resultado. Vibrou comigo ao saber do bom resultado. 
Creditos fotos: http://www.flickr.com/photos/lucianamonte/2942061477/
Mas minha vontade de chorar, aumentou consideravelmente, ao me lembrar que resido hoje na segunda maior cidade do Maranhão, IMPERATRIZ - PORTAL DA AMAZONIA, e que o Programa Saúde da Mulher, ficou  por mais de 6 meses sem contar com uma mastologista que pudesse atender a quantidade de mulheres acima de quarenta anos, que não puderam descobrir seus nódulos, suspeitos de câncer ou mesmo câncer iniciais por desrespeito a um dos direitos básicos  a todos os brasileiros, o direito  a saúde.
A grande maioria dessas mulheres, estão na periferia marginalizada pela sociedade, e sem saber  onde recorrer.
Sem querer, fazer do câncer um elemento mais sombrio mas do que ele já é, mas eu hoje estou ainda de luto.
Vanusa da Silva Lima
Tempos sem direitos
Maio a outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Fadiga


Teus olhos falantes
Carne na carne, navalhando juízos!

Tuas medeixas

a ocupar minhas mãos 
   em horas de desvarios ...




 Corpos..
Fadiga, odores e sabores!










Foto e texto:
Vanusa Babaçu

Vanusa

A luta
Virtude
O amor
Está ausente
Mas sinto que existe algo além
Algo oculto
Que um dia vai fluir em cada pensamento

O importante é que ainda temos esse sonho
E olhando pros lados sem cabresto enxergamos mais além
Ainda cantamos aquela canção que fala de mudança
Sabemos que também corre nas veias de muitos, o espírito de revolução
É como o giro do eixo de um motor que parou, mas voltou a funcionar

Um dia o sol vai se esconder atrás das montanhas
seremos o pesadelo dos poderosos
vamos seguir sempre em frente
Abrir os olhos e enxergar mais além
Subestimar os caminhos da engrenagem de civilizações modernas...
um dia o sonho vai renascer em cada pensamento.






 Os escritos acima são de autoria de:

Jalles Castro 
entitulou o poema com meu nome e me presenteou

Jalles é o inventor e cantador da música: 
"Uma traíra não pode mamar num bode"

cantada muitas vezes no bar do Claudecy
algumas vezes eu pude prazerosamente apreciar.



sábado, 3 de outubro de 2009

Eu Sou Aquele Que Disse - Sérgio Sampaio


Retratista: Vanusa Babaçu
Retratado: Júlio 

Local da foto: Terreiro da Casa Familiar Rural de Coquelandia
Povoado Coquelandia - Km 35 da Estrada do Arroz

Eu tenho os dias contados
Um encontro marcado
E as mãos na cabeça
Eu tenho o corpo fechado
Que soltem as feras
Diante da mesa
Eu sou aquele que disse
Tanto limão pelo chão
Soltem cachorros nos parques
No pátio interno os ladrões
Cante, converse comigo
Antes que eu cresça e apareça
Mesmo eu não estando em perigo
Quero que você me aqueça
Neste inverno, ou não
Neste inferno, ou não
Aqui, meus olhos vermelhos
Meu rosto pregado
Antes que eu esqueça
Aqui, eu abro meu jogo
Não mato, não morro
Nem perco a cabeça
Eu sou aquele...
Eu sou quem pede e não manda
Mantenha distância
Da minha cabeça
Eu sou quem acha e não acha
E se fala e se cala
É debaixo as mesa
Eu sou aquele...

Posso ser desenhada, descrita, falada, escancarada nas frases da letra da música desse compositor popular que na sua breve passagem por essa terra deixou seus escritos cantados e musicados. Sergio Sampaio.

Em ti




 
Aconchego
necesidade de um

necessidade do outro

lentamente 
invisível
desejada
Invasiva

ligação una
Envolvente

tornando-se parte
vivendo
em ti...
para ti
de ti!





Fotos e texto: Vanusa Babaçu

parasita conhecida vulgarmente como ATRACA 
visivel com frquencia nos 
cocais de babaçu do Maranhão.
Os camponeses usam seu leite para curar cortes superficiais na pele
Os registros fotográficos foram feitos na estrada do arroz