terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Coquelandia

Mais uma vez Coquelandia!

Sem medo de ser feliz e sem nem uma garantia de ser... Nesta estrada alguns povoados/comunidades rurais emergem aos nossos olhos, nada muito diferente.
Poucas novidades pequenas igrejas, meninos de pés descalços e rapazes com suas calças jeans cheias de bolsos.
O cheiro do cigarro às vezes é "pauronca" outras vezes "cigarro manso"
É isso... venha!
Só vendo e vivendo!

Saudades de Coco Redondo

Coco Redondo!???
Sim.
belas paisagens de antigos babaçuias da região da Estrada do Arroz.

Coco redondo, sim.
Uma especie de babaçuais frenquente nesta região da terras de cocais. deram-te o nome.

No meio do longe, empoeirado!

Está lá fincada, nossa agora "Coquelandia"

Os que agoram nascem por cá, nem te lembram como Coco Redondo, agora tens status citadino!

Status só de nome!

Continuas rural como antes.

Mesmo quando teus jovens se exibem em calças de muitos bolsos.

Geograficamente nada mudou! Nada mudou? minto agora.

Teus babaçuais, transformam-se em fileiras certinhas de eucaliptos!

Teu inicio? la nos meados do século passado.

Teu povo? Ah! teu povo, povo tranquilo, povo feliz!

Povo de Coco redondo, povo de Coquelandia!

Antigo, Coco Redondo de muitas quebradeiras de coco babaçu.

Nova, Coquelandia de poucas Quebradeiras de coco babaçu!

Coco Redondo de carbonizadores de coco inteiro, para esquentar fornos do progresso.

Coco Redondo de cocos agora não tão redondos, nem fartos.

Coco Redondo de tempos saudosos!

O campo é verde?


ENTÃO EU ME PERGUNTO:
TU FAZ ARTE?
COM QUE OLHOS?
QUAIS OBRAS DE ARTES ENFEITAM TUAS PAREDES DE ADOBO?
É CARINHO, O SENTIMENTO NO ALISAR DA CONSTRUÇÃO DO FOGAREIRO?
A FORÇA QUE AMASSAS COM TEUS PÉS, O BARRO PARA O LEVANTE DE TUAS PAREDES É CONSTITUIDA DE TUAS DORES?
ONDE APRENDEU SER FACEIRA NO CARREGAR DE TEU CÔFO?
ENFEITAS TUA CINTURA COM IMBIRAS E CABAÇAS?
NA TUA LIDA, ENCHE TEUS OLHOS DE PAISAGENS DO AGORA OU DA SAUDADES?
E SERÁ, NO TEU MOCÓ SABEDORIAS A CARREGAR?
SIM.... EU ME PERGUNTO!
O CAMPO: É VERDE?
Vanusa Babaçu

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


Com Mané..
Não se trabalha, se aprende, se rende!
Não se trabalha, se perde no tempo das horas, sem perder tempo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ana Júlia


Outubro primaveril
Agora de Ana Julia,
Pequena babaçu, pindobinha.
Rompe o mundo à luz do dia.
Mama, chora!
Avisa de sua chegada, permanente.
Entre nós que não mais sabíamos coisas de bebe!
Ana Julia!
Venha, chegue aqui entre nós! Entre os teus.
Bem vinda.
Bem vinda.
Certamente Amada!!!!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Facimpiando...

Desgostosamente permaneci por longos, longos quatro anos "facimpiando"
Aprendendo a aprender não ser tradicionalmente, tradicional!
Nada disso se assimila entre o que é teorico e prático.
Mas, facimpiando não é possivel!
Não há possibilidade de dizer o que se pensa ou se deseja...
HAVERÁS de ter punição, um ponto a menos, e tuas faltas não serão jamais perdoadas.
Melhor que venha Facimpiar! Todos os dias letivos de quatro anos.
Mesmo quando tu nada vais assimilar. Mas deverás estar presente de corpo!
Teu espírito pode estar longe, tua cabeça ronda outras possibilidades.
mas tu se darás mal, melhor não pensar em argumentos que de nada servirão.
Finda-se este ciclo. Se não te encontra preparado? Terás um outro semestre!
Pagarás por ele... e ainda vais encontrar todas as ideias do ciclo passado.
Como renovar? se tu está lá... Facimpiando?
Não recorra, somente aceite!
Serás tu instrumento de reprodução de ideias tão vãs?
Não sei se terás escolha? O que tu dirás para os que um dia te percebem como espelho?
Dirás passei anos a FACIMPIAR.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Andanças

"Eu ando pelo mundo prestando atençao... " Adriana Calcanhoto

Inciando o cerrado maranhense
Imagens que eu presto atençao
dizem tudo com seu desarrumado
ficam de lá!


Fim de tarde no povoado pé de galinnha em João Lisboa Ma.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Inquisição

Existirei em ti, indeterminadamente....
Enquanto queiras, e te for condicional não ter respostas.
Não terei resposta para o que é certo.
Como as terias?
Se ainda desconheço o censurável!
O inviolável torna-se ignorado.
Os perímetros do impossível...

São transgredidos de forma irrestrita!
Como saberei do certo?
Mesmo que outros gritem, pena de mim!
O que farei?

Permanecerei em ti, indeterminadamente sem respostas!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Margaridas e Fumaça










São floridos de teimosas margaridas teus terreiros e quintais,

O verde quase negro ao fundo é enfileirado comprado a valor de vidas...


que silenciosamente aguarda o abate para transformar-se em cinzas!


Mas a coragem do teu povo é latente, visível em dias de luta!


O calor das manhãs de sol de dias maranheses, confundem-se com a fumaça.
Propositadamente imposta num pedido de socorro.


Lenços roxos, protegem estrategicamente teus pescoços.


Os gritos de uma multidão sã, num dia comum de março!


misturam-se aos passos deste povo teu!


no teu chão vermelho e batido "CALIFORNIA"




Foto e texto: Vanusa Babaçu

California é um Assentamento
de trabalhadores e trabalhadoras
rurais do municipio de Açailandia, distante
somente 15 km. Os moradores convivem
diariamente com a fumaça dos fornos 
que queimam diariamente uma
quantidade grande de eucalipto.
Problemática invisivel as autoridades 
competentes, fazem vistas grossa às queixas
levadas por esse coletivo.



Nostalgia blue


É na infinitude da cor blue
que o meu coração vê potes.
Uma paz refletida no telhado branco
pertuba-se somente com as saudades dos que amo!
A frieza artificialmente é comprada
acalma a desorientação de um coraçao, em conflito.....
Noites e dias fundem-se confundindo-me!
Nostalgicamente blue!
Quatro paredes figuradas....
Para um quarto de dormir.
Para um quarto de dormir?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Nara

Sem demora,
Sem acanhamento,
Sem culpa!
Sem temor..
Contemplando Nara!

De coração,
De corpo,
De alma,
De espírito!
Contemplando Nara!

Com alegria,
Com pecados,
Com saudades,
Com amor!
Contemplando Nara!

Jandaias para Rafinha

Jandaias, para Rafinha
Para mim, periquitinhas.
Plumagem predominante verde,
Destacando exuberantes barrigas vermelhas.
Surgem aos bandos. Infelizmente numeráveis,
Rasgando o céu azul de Coquelandia.

Sem averiguar quem dorme o sono da tarde.
Cometem deseducadas algazarras!
O barulho inconfundível rompe a calmaria!
Em vôos sincronizados divertem-se e me cativam.
Rasgando o céu azul de Coquelandia!

Para Rafinha, revoadas corriqueiras,
por vezes despercebidas.
Impulsionam-no a risos incontidos por minha admiração!
Em pacíficas revoadas...
Serenam meus dias de labutas intensas!
Encorajam-me para ansiar um novo dia.
Na espera de espetáculos involuntários e incessantes!

Jandaias para Rafinha,
Para mim, periquitinhas...
Para meu deleite matinal e vespertino!
Rasgam o céu azul de Coquelandia!

Verso mono

Quando eu acordo poesia,
É pra te versar...
Quando eu acordo versos,
É tu minha poesia...
Minha poesia é para ti, encharcada de desejos
Insanos.
Minha insanidade que por vezes é poética resulta em versos de uma palavra só.
Já não busco mais resposta, nem tentativas vãs de justificar, intensidades.
Versos monos,
Versos únicos,
Nem sempre necessários,
Versos de uma poesia que grita de forma vã, uma palavra só!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Nas entranhas de minha rede paraibana (Vanusa Babaçu)

Minha rede de algodão paraibano
Exala nos teus fios de algodão trançado o cheiro inconfundível do povo nordestino, povo meu, povo que sou.
Minha rede embaladeira, no teu cerne meus sonhos trafegam sossegados,
Aconchega-me na conformidade que meu corpo convoca, abriga e descansa, e acolhe o corpo teu.
Aquece-me nas madrugadas de frios, e nunca rezinga das temperaturas febris de corpos ardentes que viajam em labirintos de deleite.
Minha rede testemunha alcoviteira, emudecida nos silêncios dos depois.
Minha rede companhia acertada em noites de isolamento necessárias.
Minha rede conivente, terceiro elemento de horas insanas!
Minha rede, minha cúmplice!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Pedaços.... (Vanusa Babaçu)

Todas....

as flores

As cores

As noites

As luas

As ruas

As nuas

As tuas

As dores

As formas

As coisas

Estou nelas...

Por elas...

Sou elas!!

Silenciando (Vanusa Babaçu)

Meu silêncio para ti,
será sempre carregado de muito afeto!
Meu afeto será carregado de dor!

E minha dor será silenciosa!
Seguiremos ....

pelo mesmo caminho,
quando preciso for...
ladeando nossa luta!
Uma luta que nos pede gritos!
Contudo, meu silêncio para ti permanecerá,
Minha companhia para ti,

Será sempre silenciosa!
por vezes silenciada pela dor!
Dor de tão perto chegar e distanciar
Minha dor imensurável, meu silêncio maior!
Meu silêncio, resultado de minha dor!
Nossas vitorias devem ser gritadas ao mundo....
mesmo este grito, silenciarei
Seguiremos.... e meu silêncio será sempre para ti,
carregado de afeto.

Carregada de julhos (Vanusa Babaçu)

Julho

Julho aportei nesse mundo!
Julho sem pressa...
Julho beirando o trinta e um me pariu!
Julho ano a ano chega ao plural!
Julhos ponderados,
Julhos desesperadores,
Julhos e seus ventos de viajar...

Julhos para repensar...
Julhos para encorajar...
Julhos para ousar...
Julhos para amar!
Julhos de encontros!
Julhos de descontinuidades!
Julhos de recomeçar...
Julhos sem culpas...
Julhos de arrependimentos!
Julhos vividos... o pouco e o muito de muitas coisas!
Julhos vividos... certos e errados!
Julhos que não foram demais...
Julhos insuficientes.
Julhos contabilizam círculos, cirandas, continuadas...
Julhos de partes pretéritas imbuídas de novos presentes futuros!
Julhos que enumeram minha identidade! Julhos...
Julhos e outros julhos.

Existência vã (Vanusa Babaçu)

O amor é possível...

Mesmo quando é feito de palavras,

Mesmo quando é feito de papel,

E seu tempo é esporádico,

E sua existência é vã...

E sua existência é vã.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Cabaça ( Vanusa Babaçu)

Tu andas por aí...
Nste mundao de Deus!

Carregando em tua cintura uma cabaça d'agua!
Que amarra com imbiras de amarrar côfos.

Quando tu se quebra cabaça, transforma-se em cuia!
Enfeita os cantos das salas
Tu te enche de ceras de vela!
Cabaça, cabaça.....
Tu carrega agua que passarim não bebe,
nos deixando tropêga dos sabores teus!!

Cabaça....tu és pote!!!!

Inquietude(Zé Luís Costa)

Está tudo vago em meu coração.
Ele está sangrando e dói muito.
Não é nenhum tiro de algum inimigo.
É a falta de teus afagos. Será finito minha poesia?
E será para sempre?
Talvez eu encontre a resposta num copo de vodca.
Preciso ouvir tuas palavras,teu pensamento,moles ou sadias.
Quero entorpecer minha paixão!
No no cantar de algum poeta.
Numa poesia que me faça chorar.
Tenho falta de teus abraços.
Prisioneiros de teu passado...
Que me deixou prisioneiro de meu presente.
Nesta triste noite,na falta de um mote,a poesia recebe lágrimas quentes.
Tenho falta de teus abraços.

domingo, 6 de julho de 2008

Velha estrada do arroz ( Vanusa Babaçu)

Velha estrada do arroz,
emprenhadeira e parideira de vidas esperançadas!
Velha estrada do arroz,
validade marcada pelas estaçoes do tempo,
teus invernos de lama, teus verões empoeirados!
Velha estrada do arroz,
quem te percorre, tem as roupas colorida do teu pó vermelho!
Quem te percorre, finca muitas vezes os pés na lama!
Velha estrada do arroz,
tantos já fizeram teu percurso,
plantaram seus desejos,
emudeceram pelo tempo!

Velha estrada do arroz,
esquecida por muitos!
Velha estrada do arroz,
para tantos, a única!
Velha estrada do arroz,
todos os dias os sonhos são novos.
Velha estrada do arroz...
Velha estrada do arroz!
objeto de promessas quadriênais!
Estrada de verões e invernos em Coquelandia!

Trôpega de espera ( Vanusa Babaçu)

Trôpega de tua falta,
Perdi as minhas azas no desejo de te encontrar,
Não sei mais onde é a minha casa, um dia eu mesma fui casa, a tua casa.
Trôpega de teimosia de ainda te desejar,
Mas como posso? Como farei?
Mande-me receitas prontas e que tenha eficácia para um bom esquecimento!
Não deixe de indagar se quero!
Trôpega de fome, se tu és meu pão necessário de cada dia!
Para que servem os dias se eu nem sei mais contá-los, ou lhe dar os nomes!
Todos os meses ainda são maios!
E as estações nunca foram diferentes de verão.
Ainda assim, desejo!
Quase já não me encontro,
Nem poderia se é somente a ti a quem eu busco!
Estou cá,
Trôpega de espera!


Coraçao andante (Vanusa Babaçu)

Meu coração é vadio
viajador,
tropeiro.... caixeiro viajante,
carregador e carregado de ilusões e sonhos!
viajador, cangaceiro....bem armado, preparado
viajador, cigano, feiticeiro, pajé...
Viajador, bandoleiro....
Corre mundo a fora encantando e deixando encantar-se!
Tribalista de povos mil!!
Minha alma, meu espírito é todo coração!!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Desatinos (Vanusa Babaçu)

Em disparada?

em disparada meu coraçao te versa!

Em disparada!

Logo hoje que acordei machado!

Em disparada...

Ouço o cantar do macete, que dilacera impiedosamente

dividindo o babaçu ao meio!

Em disparada!

Logo hoje que acordei machado?

Em disparada...

Desatinado, meu coraçao te versa!


Terra dos babaçus, inverno de 2008