domingo, 13 de setembro de 2009

Pés andanças e rastros



Pés estradeiros
viajadeiros
de velhas ou novas estradas.


Ora empoeirando-se, por outras vezes
enlameado-se
adubando-se em algum curral
sem pudor algum
na certeza de com brevidade tornará-se
pó.



pés historiadores
de um tempo nem distante
nem desconhecido,
pés nus como assim nascidos.



Que já foram vistos em muitas andanças,
que rastros fizeram em caminhos mil.

Pés de memória larga
nem um atalho ficou esquecido,
nem mesmo aqueles pelos quais
não deveriam ter rumos tomados.


Pés entregues
a um tempo de vaidade,
que pararam uma estação
sem saber pra onde seguir.

Pés que numa inquietude
em algum lugar desabotoou sapatos,
e que em liberdade,
retomaram novos, ou velhos caminhos.
escrevendo com rastros inexauríveis
páginas de um tempo
que não há regresso.


Vanusa Babaçu,
Setembro de 2009
tempo de pés descansando

2 comentários:

Unknown disse...

Moça dos pés...que belo!!!
Abifelou BABAÇU...
Xerim...

Unknown disse...

Oh moça...um belo poema só poderia mesmo ser ilustrado por imagens igualmente belas...que belos pés BABAÇU...