quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Retrô


Do quarto à sala, da televisão ao computador. Eu te procuro em minúsculos assuntos. Assisto-te ir embora lentamente, escorregadio. Deixando-me trôpega de ausência tua. Já me acomodo nas novidades do dia leio o jornal on line. Excluo-te por alguns segundos. E já penso ser mais feliz agora. Porém os tempos de segundos contam só segundos e logo tu te instauras no meu ser por horas a fio. Confesso que te busco incessantemente em novas bocas de hálitos bons, ocres, adocicados em atos quase desesperadores. Não te encontro. Volto para o velho ponto de ônibus de nossas vidas. E logo já se aproxima novo veiculo carregado de novos rostos, lindos, mais ou menos, feios, diferentes. Mas eu procuro é teu rosto marcado pelas tuas linhas, únicas, retrôs, indecifráveis, inexprimíveis. Que eu não sei como aprenderei a desamar um dia.

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